Hoje, em particular agora, estou a ser assolada por uma enorme e profunda tristeza. Daquelas tristezas que sabemos de onde vem, mas que são necessárias para o nosso crescimento.
Perdi uma amiga, uma das minhas melhores amigas, a futura madrinha do meu filho.
Por uns trocos, por uns miseros trocos. Suplantou a nossa amizade em troca de um negócio, quando trabalhavamos juntas. Uma punhalada. Uma facada tão funda que ainda estou na duvida de a tiro para não sentir a dor, ou se a deixo lá para não me esvair em sangue.
Conversas? Sim, já as tivemos. Resultado? Igual, nem mais nem menos. Igual. Ela mantem a postura dela e ainda se acha com razão.
Tenho pena. Tenho uma profunda pena. Pena porque apesar de tudo eu tenho imensa gente no meu rol e sei que ela não tem nínguem. Pena porque sei o que é estar na mó de cima e esquecer-se dos amigos. Pena porque também sei o que é estar na mó de baixo, precisar de amigos e não os ter. Pena, porque sei que quanto maior a subida, maior a queda. Pena, porque acredito que pagamos tudo nesta vida.
Mas no fundo também sinto uma forte indignação. Uma indignação tão grande que não sei onde a meter.
Já falhei com amigos, mas nunca com esta em especial. Nem com ela, nem com o marido ou filho.
Era a unica amiga que escusava de convidar para o que fosse que ela sabia à partida que estava convidada. Era da família. E pergunto-me, onde? Como? Porquê? E não encontro resposta. Nem através dela, nem nela.
Mas a vida é feita de tristezas e alegrias. E precisamos das primeiras para sabermos apreciar melhor as segundas. E é assim... assim nos mudamos, assim perdemos mais um pouco a inocência e abrimos os olhos para o mundo real.
Já me deparei com tantas dessas... aos poucos vais-te habituando a não confiar em ninguém :(
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