E quero que se fodam todos!!!!

Escrever purifica-me a alma. Tenho-me contido muito neste blog, sempre a pensar em quem o pode ler.
Mas hoje não. Hoje vou deitar tudo cá para fora e estou-me a cagar para quem o vai ler. Se ferir susceptibilidades de alguem tenho pena, mas o blog existe porque eu quero e escrevo o que me apetece. E parva tenho sido eu em não o fazer.
Estou cansada, esgotada. Não só porque estou grávida de 7 meses e meio, como porque me sinto sozinha. Têm sido 7 meses de privações, de desilusões, de solidão. Estou farta. Profundamente farta.
É a minha avó que teima em não aceitar a minha relação mesmo tantos anos depois e que mal liga ao meu filho que há-de vir. É a minha melhor amiga, que pisou uma amizade de 32 anos por causa de uns trocos e ainda acha que tem razão. É o meu marido que pura e simplesmente mudou.
Já tive uma relação falhada. Uma relação que falhou em tantos sentidos que é melhor nem falar muito sobre isso. Levei anos a queixar-me das mesmas merdas e a obter como resposta que eu era doida. Pois bem, houve um dia em que a doida se passou e basou.
E agora, parece que vivo o mesmo. Sinto que não conheço a pessoa com quem vivo, o pai do meu filho. Sinto que algum espírito se apoderou dele e o meteu a dormir, só pode.
Hoje, os planos eram ir montar a caminha do bebé, fazer as malas para a maternidade e namorar. Porque isto do tempo a 2 está-se a acabar. Vem aí um bebé.
Ao invés disso, discutimos, ele berrou, caralhou tudo o que tinha a caralhar e lá foi ele todo contente e airoso ver um tio com quem não falou nos ultimos 5 anos, ao hospital.
Depois, chegou a casa, eu não estava porque tive que ir espairecer. Afinal, alguém tem que pensar no bebé. E já agora um aparte. Depois ainda dizem que os pais amam os filhos tanto como as mães e que os põem em primeiro lugar. Balelas, tretas, palavras feitas que ficam bem dizer. Porque na verdade, hoje na hora de caralhar, gritar, berrar, e mais uma vez achincalhar não se lembrou do filho. Na hora de basar e não dizer mais nada até agora não se lembrou do filho. Aliás, nem do filho, nem de mim.
Faz-se de muito preocupado, muito atento, muito carinhoso, mas na verdade as preocupações dele são sazonais. Se está tudo bem, a preocupação está lá, porque quando nos chateamos a preocupação mete-a num saco e pufff leva um chá de sumiço.
Já em tempos lhe disse isto, e hoje, hoje é apenas a 2ª vez que constato isto mesmo.
Esqueçamos agora este aparte. Acham que ponderou na sua bela cabecinha que só deve servir para segurar os cabelos que eu podia estar mal???? Que me podia ter acontecido alguma coisa???? Que podia ter marrado contra um poste e estar aí num sitio ou hospital qualquer????
Qual quê. Até jantar fez e nem um telefonema a saber se estava viva houve.
É uma lição que ele ainda não aprendeu. Hoje viamos a Anatomia de Grey, o episódio onde a Meredith se afoga e ele comentava que ver a pessoa que se ama naquele estado deve ser muito fodido. Esqueceu-se de ver que se em dias como o de hoje eu morresse, ou me acontecesse algo, ele nem para se sentir impotente lá estaria. Podia estar morta neste preciso momento, podia ter tido o bebe se fosse preciso que estaria... sozinha! E ele ficaria orgulhosissimo dele. Mulher e/ou filho todos esfodilhados, mas tio visto e bucho cheio!,
Já para não falar que me sinto carente e tenho que o procurar noutro lado porque em casa ele não existe. Ou melhor, quando existe, existe, mas como em tudo com este gajo, é sazonal!
Estou farta, fartinha, careca, pelos cabelos, como queiram ,desta situação.
Sinto que engravidar foi um erro. Um grande erro. Desde a gravidez que esta relação só tem decaído e atenção, que se desengane quem pensa que tem sido por nada. Não senhora. Ele tem sempre bons motivos. É porque não temos dinheiro depois é porque não se sentia realizado profissionalmente  depois é porque tem cão, porque não tem. Agora a ultima moda é porque eu embirro com ele. Pois bem. Que assim seja.
Já estou tão habituada a ter costas largas.
Outra coisa que ele ainda não aprendeu. Já devia, mas não aprendeu. Quando gostamos das pessoas, estimamos-as, senão um belo dia quando abrimos os olhos... ups... ardeu. A pessoa já está noutra.
Mas na vida só ouvimos o que queremos ouvir, só aprendemos o que queremos aprender.
Estou farta de esperar, de ter que esperar sempre, de ser a culpada de tudo, mas rigorosamente tudo o que acontece, é porque não ligo, porque stresso, porque digo, porque não digo mas sempre tudo eu.
Tenho vontade de lhe perguntar que faz ele afinal comigo???? Mas tenho medo que a resposta me devaste como em tempos já me aconteceu com outra pessoa e isso é uma guerra que não quero travar agora, pelo menos não enquanto a criança não nascer.
Porque essa lição já aprendi. Quando a resposta a perguntas simples não é simples, a Pecadora não vai ficar para assistir ao proximo capítulo. Mas não vou mesmo.
Assim como assim, já sou uma pessoa julgada pelos outros, apontada como a Pecadora, como a incorrecta, como aquela que pecou, portanto é-me completamente indiferente que digam merdas novamente. Quero lá saber se fico "com um filho nos braços, filho de pais separados". Caguei nessa merda.
Não é o que projectei? Não, não é. Não é o que quero? Não, não é. Mas que não vou ficar a tentar melhorar o que não tem melhoras, ai isso é que não vou. Isso é uma certeza.
O que custa é ser apontada e apedrejada a primeira vez. Não conhecemos o dark side das pessoas, nem quem são as pessoas dark  e as surpresas são mais do que muitas, mas a partir daí já sabemos com o que contamos.
Não fosse eu estar grávida deste tempo todo que iam só ver. Ia dançar a noite toda. Sózinha, livre e sem preocupações, porque esta lição aprendi há um tempo atrás e reforcei hoje. As preocupações só existem quando se está bem, porque em dias de discussão cada um que faça a sua vida.
Mas também não é preciso estar muito preocupada. Porque lá para 5ª feira, o amuo passa-lhe, uma vez que os meninos que estão fora esta semana vêm. E o nosso mais velho fica em stress com discussões e zangas e portanto o meu querido marido vai tratar de resolver isso antes do menino chegar. Afinal não queremos o miudo stressado certo?
Pois, mas eu ficar stressada, em casa a chorar, e o caralho a sete quando tenho o outro na barriga já não tem crise pois não?????
Pois, lamento. Alias, tenho é que aproveitar e stressar à vontade enquanto ele não nasce, porque depois não quero o bebé num ambiente de stress não vá o puto trocar os sonos ou não dormir.
Estou muito revoltada. Mesmo muito. E ainda mais comigo, porque eu é que sou a parva no meio disto tudo.
 E pronto tenho dito!